segunda-feira, 15 de junho de 2009

Por que não morri ao nascer?

"Por que não morri ao nascer? Por que não expirei ao vir à luz? Por que me receberam os joelhos? E por que os seios, para que eu mamasse? Pois agora estaria deitado e quieto: teria dormido e estaria em repouso, ou, como aborto oculto, eu não teria existido, como as crianças que nunca viram a luz. Não tenho repouso, nem sossego, nem descanso; mas vem a perturbação"

(Jó 3.11-13, 16, 26),

Porque Jó estava a dizer palavras tão amargas, tão perturbadoras ?

Jó estava enfermo, muito enfermo, seus amigos o abandonaram, seu halito era repugnante a sua mulher, seus servos não mais o obedeciam, estava enfermo e solitário. Mas o incomodo maior de Jó era sentir-se como abandonado por Deus.

O ser humano não é, como disse Emerson, "um ser em ruínas", ou Jonathan Swift, autor das Aventuras de Gulliver, "o homem é a espécie de verme mais perniciosa e degradante que a natureza jamais permitiu que rastejasse na face da terra", ou, ainda, Martin Heidegger, o filósofo alemão: "um-ser-para-a-morte, cuja marcha final é o Nada, onde não se reconhece Deus, onde não se reconhece descanso, nem salvação. Nada. Nada".

A doença é uma revelação de nossa finitude, de nossa fragilidade, de nossa condição de ser vivo, e de que um dia voltaremos ao pó. No caso de Jó serviu para demonstrar a fidelidade de Jó a Deus.Serviu para demonstrar que Deus atua mesmo nas grandes enfermidades, na angustia e na solidão, que Ele cura, restaura, porque Ele é fiel!


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