terça-feira, 24 de novembro de 2009

Verde que te quero verde.



Romance sonâmbulo

Federico Garcia Lorca

(A Gloria Giner e a
Fernando de los Rios)



Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.

Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.

Mas quem virá? E por onde?...
Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
— Compadre, dou meu cavalo
em troca de sua casa,
o arreio por seu espelho,
a faca por sua manta.
Compadre, venho sangrando
desde as passagens de Cabra.
— Se pudesse, meu mocinho,
esse negócio eu fechava.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Compadre, quero morrer
com decência, em minha cama.
De ferro, se for possível,
e com lençóis de cambraia.
Não vês que enorme ferida
vai de meu peito à garganta?
— Trezentas rosas morenas
traz tua camisa branca.
Ressuma teu sangue e cheira
em redor de tua faixa.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Que eu possa subir ao menos
até às altas varandas.
Que eu possa subir! que o possa
até às verdes varandas.
As balaustradas da lua
por onde retumba a água.

Já sobem os dois compadres
até às altas varandas.
Deixando um rastro de sangue.
Deixando um rastro de lágrimas.
Tremiam pelos telhados
pequenos faróis de lata.
Mil pandeiros de cristal
feriam a madrugada.

Verde que te quero verde,
verde vento, verdes ramas.
Os dois compadres subiram.
O vasto vento deixava
na boca um gosto esquisito
de menta, fel e alfavaca.
— Que é dela, compadre, dize-me
que é de tua filha amarga?
— Quantas vezes te esperou!
Quantas vezes te esperara,
rosto fresco, negras tranças,
aqui na verde varanda!

Sobre a face da cisterna
balançava-se a gitana.
Verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Ponta gelada de lua
sustenta-a por cima da água.
A noite se fez tão íntima
como uma pequena praça.
Lá fora, à porta, golpeando,
guardas-civis na cachaça.
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar.
E o cavalo na montanha.



Federico Garcia Lorca
nasceu na região de Granada, na Espanha, em 05 de junho de 1898, e faleceu nos arredores de Granada no dia 19 de agosto de 1936.
A poesia acima foi extraída de sua "Antologia Poética", Editora Leitura S. A. - Rio de Janeiro, 1966, pág. 53, tradução e seleção de Afonso Felix de Sousa.



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Que é que tem ser piegas? Eu sou....

Pooode?

Dilma canditada a Presidencia da Republica pelo PT

"É importante todo mundo saber que quero a Dilma como candidata, estou trabalhando para isso,...."
Afirmação do Presidente Lula.
Como diria a da Lorca: Isto não pode.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Poeminha amoroso

Meu Velho Pião Conquista Contando as Contas Anjo da Guarda Miragem Rumo da Vida Via-Crucis Sino da Minha Sina Alma O Trem Berimbau Voz da Razão Vil Metal Estribilho

Poeminha amoroso

Este é um poema de amor

tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta
e de brisa e de céu...

E eu,
quero te servir a poesia

numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.


Talvez tu possas entender o meu amor.

Mas se isso não acontecer, não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas deste pequeno poema,
o verso; te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

Cora Coralina (1889-1985)


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tudo Azul

Natal: Decoração de Natal em azul

Decoração de Natal de inspiração azul e dourado. Chic e diferente...


Lula é quem decidirá se Cesare Battisti será extraditado

Rodrigo Haidar, iG Brasília

A maioria dos ministros entendeu que, mesmo depois de o STF acolher o pedido de extradição feito pela Itália, o tratado bilateral de extradição assinado pelos dois países dá ao presidente o direito de se negar a entregá-lo, desde que demonstre que há razões para isso. A perseguição política é uma delas.

Ao concluir o julgamento do caso Battisti, o Supremo, primeiramente, decidiu acolher o pedido de extradição feito pela Itália. Mas entendeu que cabe ao tribunal apenas examinar a legalidade e procedência do pedido. A entrega do estrangeiro ao país que requer a extradição fica a critério do presidente, desde que ele respeite os termos do tratado assinado entre os países.

O ministro Carlos Britto foi o fiel da balança. Foi o único que votou a favor da extradição do italiano e que, depois, decidiu que o presidente é quem dá a última palavra. “O STF apenas se pronuncia previamente, mas não extradita”, afirmou Carlos Britto. A ministra Cármen Lúcia ressaltou que cabe ao governo entregar o estrangeiro. “E o governo não é o Supremo Tribunal Federal”.

Além de Britto, a ministra Cármen Lúcia e os ministros Eros Grau, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio decidiram que a decisão é do Poder Executivo. Votaram no sentido de que o presidente teria, obrigatoriamente, que cumprir a decisão do STF os ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Ellen Gracie.

O presidente Lula havia declarado se, se a decisão do tribunal fosse “determinativa”, seria obrigado a entregar Cesare Battisti. Como não foi, fica a expectativa sobre se o presidente desautorizará ou não o ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu o refúgio a Battisti com a alegação de que ele sofreu perseguição política na Itália.

O julgamento

Depois de três longas sessões, o STF concluiu o julgamento do pedido de extradição de Cesare Battisti. Na prática, o Supremo delineou os limites do poder e da autonomia do presidente da República no comando das relações internacionais do país.

O tribunal entendeu que pode rever a decisão do Poder Executivo de dar refúgio a cidadãos estrangeiros. Inovou nessa questão. Até o caso Battisti, o STF sequer analisava o processo de extradição de pessoas com status de refugiados. Ao mudar sua jurisprudência, o Supremo definiu que a justificativa para a concessão do refúgio pode passar pelo crivo da Justiça, derrubando a prerrogativa do Executivo. Por outro lado, decidiu que, se tiver motivos, o presidente pode se negar a extraditar o estrangeiro.

Não há registro histórico recente de qualquer caso no qual o presidente da República tenha se recusado a entregar o cidadão estrangeiro depois de o STF conceder o pedido de extradição. Mas também foi a primeira vez que o tribunal anulou um ato de refúgio concedido pelo governo brasileiro. Por qualquer ângulo que se olhe, o julgamento do caso Battisti é recheado de novidades e acirra o embate crescente entre o Judiciário e os poderes Executivo e Legislativo.

BRASÍLIA - Em última instância, quem decide se extradita um estrangeiro preso no Brasil é o presidente da República. Foi o que decidiu nesta quarta-feira, por cinco votos a quatro, o Supremo Tribunal Federal. No caso da extradição do ex-militante italiano Cesare Battisti, o presidente Lula poderá se negar a entregá-lo à Itália se “tiver razões ponderáveis para supor” que ele sofrerá perseguição naquele país.


Boca

Boca

Ex abundantia cordis os loquitur.
(a boca fala do que o coração esta cheio)

Desprezo



"A indiferença é a maneira mais polida de desprezar alguém"

Mário Quintana


A vida

Fotorecopilatorio 34

A vida, não tentes compreendê-la, e então ela será como uma festa.
E que cada dia te aconteça como a uma criança que, ao caminhar,
de cada sopro de vento vai recebendo presentes de flores.

Apanhá-las e guardá-las, nem nisso pensa a criança.
Tira-as devagar do cabelo onde se sentiam tão bem,
e estende as mãos aos jovens anos para receber novas flores.


Rainer Maria Rilke

domingo, 15 de novembro de 2009

Veritas semper una est.
A verdade é clara, e a mentira, sombra.


sábado, 14 de novembro de 2009

Receita de Casa


Uma casa deve ter varandas
para sonhar, cantos para chorar,
quartos para os segredos
e a ambivalência.

Um amor precisa espaço de voar,
liberdade para querer ficar,
alegria, e algum desassossego
contra o tédio.

Não se esqueçam os danos a cobrir,
o medo de partir, e o dom de surpreender
- que á a sua essência.

Lya Luft

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Extradição

Battisti: Tarso espera reversão de tendência no STF

ELDER OGLIARI - Agencia Estado

PORTO ALEGRE - O ministro da Justiça, Tarso Genro, acredita que o voto do ministro Marco Aurélio Mello pode reverter a tendência de autorização à extradição do ativista político Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália. O julgamento está empatado no Supremo Tribunal Federal (STF) por quatro votos a quatro e a decisão caberá ao presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, que já indicou ser favorável à extradição, na sessão do dia 18.

"Se a fundamentação do ministro Marco Aurélio for olhada sem preconceitos ideológicos, de maneira jurídica e constitucional, eu acho que poderá inclusive ocorrer mudança de votos de pessoas que já votaram", avaliou Tarso hoje, em Porto Alegre.

No voto que proferiu na tarde de quinta-feira, Marco Aurélio Mello argumentou que Battisti é criminoso político e, por isso, não pode ser extraditado. Lembrou ainda que há jurisprudência indicando que, concedido o refúgio, o processo de extradição deve ser arquivado, advertindo que "o Supremo não há de substituir-se ao Executivo adentrando seara que não lhe está reservada constitucionalmente".

......

Brocardos

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRgW4sEOk1Y8DwFDqWqY7D1qzGv40Qk6JFrlNgsiW95Pd70ZkNsaJV_nOdFyr7kTdV8v2J2RaM7t7cweHl0xAE2e-Tebf4oSI7Vt75YsL_lXbOveMMDqxl6EIUyI7aFTho3EAcSJmSHJce/s400/beew.jpg
imagem google

Ubi mel, ibi apes.


Onde há mel, há abelhas.


Boca


Boca

Ex abundantia cordis os loquitur.
(a boca fala do que o coração estã cheio)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Movimento + Feliz

+ Feliz é um movimento apartidário e não governamental que uniu empresas dos mais diferentes setores da nossa economia – indústria, comércio e serviços. Juntou profissionais que normalmente não se juntam. Reuniu pessoas que não se conheciam.

Tudo e todos em torno de um único objetivo: disseminar a felicidade ou, em termos práticos, incentivar a participação, o envolvimento e a doação para causas sociais. Já somos milhares, mas queremos ser milhões: assim como a felicidade, este movimento cresce quando dividido.

O primeiro beneficiado do nosso movimento será o Bairro-Escola, coordenado pela Cidade Escola Aprendiz, que transforma espaços ociosos e deteriorados em locais educativos para a comunidade. Uma praça abandonada, um teatro desativado, um beco sombrio viram locais de aprendizagem, de convívio produtivo, de desenvolvimento de habilidades.

Queremos reproduzir este projeto em todo o Brasil. É uma verdadeira engenharia comunitária, que literalmente transforma um bairro numa escola. Não por acaso, a Cidade Escola Aprendiz já frequenta as salas da Universidade de São Paulo. E tem o reconhecimento do UNICEF, da UNESCO e da Harvard. Participando do Movimento , estaremos juntos acelerando o crescimento da Cidade Escola Aprendiz.

Para ajudar, você pode doar dinheiro ou um pouco do seu tempo. Envolva seus amigos, sua empresa neste movimento. Ajude-nos a provar que as causas sociais são um excelente investimento. Rende até o que o dinheiro não pode comprar.

via http://blog.maisfeliz.org/movimento/

Carmem de Bizet, Juliana de Gilberto Gil, e Juliana Oliveira - tragedias na arte e na vida real....

Carmem de Bizet - Carmem uma cigana desprovida de qualquer moral, sem a menor sombra de remorso ou piedade, enfeitiçava e levava os homens à perdição. Em vez de final feliz, um assassinato em cena. Carmem é morta a punhaladas pelo homem que ela amava.

"Bizet quer pintar homens e mulheres de verdade, alucinados, atormentados pelas paixões, pela loucura. Assim, a orquestra conta suas angústias, seus ciúmes, suas cóleras e a insensatez geral", foi a avaliação publicada no Le National, de Paris.



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"A vida imita a arte"

Juliana - não é uma obra de ficção, nasceu em 1989, foi abandonada pela mãe aos quatro meses de idade, seu pai foi assassinado antes quela completasse dois anos de idade. Foi adotada, foi rejeitada, se envolveu com as drogas, foi recuperada, achou que tinha encontrado o amor....
Foi jogada do 9º andar, não caiu na rua atrapalhando o trânsito, caiu na laje da garagem, caiu gemendo, gemendo como em toda sua vida...
PS. Seu marido é o suspeito e foi indiciado... A justiça dirá se ele que foi a razão da sua vida, foi também a razão de sua morte...




terça-feira, 10 de novembro de 2009

Tu julgarás a ti mesmo

Tu julgarás a ti mesmo, respondeu-lhe o rei. É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem, eis um verdadeiro sábio.

Exupery

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Amigos ( Oscar Wilde )



"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.''

Oscar Wilde

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O valor do silencio


Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.

Oscar Wilde


 
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