quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A CASA DO TEMPO PERDIDO


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5rgbJFo_I-LMGSUhzXoWAoSkx8sD5Ejx2J5rbDc0LNGPh5n7Gix9EdWn-t7A-uVoCA6j1AyeiJ4KBy2NAiO78apUQRZ3qSr6OMGN6Fai3ED-ms-ikD4yDoufLLBIg2pEqvmWEBZvguaEd/s400/Cabana+no+campo%5B1%5D.jpg


Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.


A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.


Simplesmente bater.O eco devolve minha ânsiade entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.

O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.


Carlos Drummond de Andrade


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