domingo, 24 de agosto de 2008

Meu impossivel



Minh’alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!


Tudo é vago e incompleto! E o que mais pesa
É nada ser perfeito. É deslumbrar
A noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vão! Deus, que tristeza!…


Aos meus irmãos na dor já disse tudo
E não me compreenderam!… Vão e mudo
Foi tudo o que entendi e o que pressinto…


Mas se eu pudesse a mágoa que em mim chora
Contar, não a chorava como agora,
Irmãos, não a sentia como a sinto!…


Florbela Espanca


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