Levemente, mas bem de leve mesmo, inspirado em Gil Vicente.)
Todo mundo tem aquele amigo que está sempre com dívidas, perseguido pelos credores, caçado pelas ex-mulheres, excomungado pelos bancos, envolvido até o pescoço em negócios sem pé nem cabeça – e que de repente aparece com um carro zerinho, comprado com o dinheiro que – todo mundo sabe – ele não tem.
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Todo mundo tem aquele parente que chega em casa sem aviso prévio, traz dois sobrinhos e as respectivas namoradas (além de um cachorro muito bagunceiro e fedido), abre a porta da geladeira e usa o banheiro de porta aberta (sem esquecer de mijar na tampa da privada, é claro). Aquele parente que não tem bons modos à mesa, dá bronca na empregada e canta a mulher do vizinho.
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Por falar nisso, todo mundo tem um vizinho que parece boa pessoa, mas você não sabe o nome. Você pergunta o nome do cara, ele diz, e no dia seguinte você já esqueceu, droga.
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Todo mundo tem saudade de algum cachorro vira-lata.
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Todo mundo tem uma canalhice que fez e ninguém ficou sabendo – nem nunca, se Deus quiser, saberá. Mas Deus sabe – e você responderá no Dia do Juízo.
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Todo mundo tem um amor perdido e uma história envolvendo Fusca. Fiat 150 (encontraram mais três defeitos) e Kombi também valem.
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Todo mundo tem fome, tem sono, tem sede e tem medo.
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Todo mundo tem vergonha alheia. Agora, por exemplo.
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Todo mundo tem a impressão de que deveria ter dito algo muito inteligente num momento crucial – mas o duro é que a gente só pensou nas palavras certas dois dias depois, quando não adiantava mais.
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Todo mundo tem um plano B.
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Todo mundo tem uma dor-de-cotovelo que demorou muito a passar – e, pra dizer a verdade, volta de vez em quando.
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Todo mundo já se sentiu a pior pessoa do mundo.
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Todo mundo tem aquele dia em que não queria ser ninguém.
(REPORTER DAS COISAS)
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
TODO MUNDO E NINGUÉM
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