segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Nietzsche, e o Deus que dança

Por Filipe Garcia

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Nietzsche disse que só creria num Deus que soubesse dançar.

No entanto, por insensibilidade ou por distração não percebeu que em Jesus Deus estava dançando e, por isso, perdeu o show e não pode apreciar a dança.

Sim, em Jesus, Deus dançou e dança de forma graciosa conosco. Ninguém que com alguma percepção e sensibilidade leia o Evangelho deixará de ver Jesus em constante dança. Vejamos:

Ele começa seu ministério interrompendo a falência de uma festa e transformando água em vinho; ele é recriminado e criticado porque atende a convites para festas em casas de pessoas pouco recomendáveis e porque dança com pessoas descriminadas e consideradas indignas; sua misericórdia para com o drama humano é música aos ouvidos dos oprimidos e marginalizados; seus gestos inclusivos e subversivos são parte da mais estonteante das coreografias; e quando ele deseja expressar a alegria de Deus e de anjos pela chegada da consciência a algum coração, ele prepara o cenário de uma festa. O pai do pródigo dançava e gostava de música; os reis das parábolas de Jesus promoviam grandes festas; e o Nazareno em pessoa convidava todos para a Grande Festa.

Por isso, eu digo que Nietzsche não viu nada. Aliás, viu tanto “cristianismo” que não viu Deus dançando em Cristo. Ele mesmo não percebeu o quão pré-condicionado estava; não conseguiu enxergar que tudo era um convite para a festa na casa do Pai. As parábolas de Jesus estão cheias de convites para que se venha dançar e quando ninguém atende ao convite, ainda assim ele não cancela a festa: enche a casa de mendigos, veste-os com trajes próprios e ordena a liberdade.

Até João Batista, que não dançava do lado de fora, sabia que o que estava acontecendo era uma festa. Jesus era o noivo. A festa era dele. João se alegrava.

De fato, se eu tivesse que dizer alguma coisa ao filósofo, lhe diria: Eu é que não acredito em filósofos que não sabem dançar e nem ver quando a festa está proposta. O que custava ao filósofo era crer que Deus não tinha nada a ver com o mal humor do Cristianismo; que chatos são os cristãos e não o Cristo; faltava-lhe perceber o contraste que existia e existe entre Jesus e os religiosos. Acabou que o pensador foi incapaz de ouvir as músicas e entrar na festa.

Portanto, quem tem ouvidos para ouvir as músicas da Graça, que entre na festa. Deus está chamando você pra dançar e é por isso é que o convite tem o nome de Boas Novas.

Um comentário:

Leonor Cordeiro disse...

Querida Roselee,

“Hoje não há razões para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. “Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração.” Camus sabia o que era esperança. Suas palavras: “E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível...” Otimismo é alegria “por causa de”: coisa humana, natural. Esperança é alegria “a despeito de”: coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce...”
(Rubem Alves)


Obrigada por ter feito parte do meu caminhar no ano que está terminando.
Que 2009 traga para você muita paz, saúde e alegria. Que a esperança seja sua companheira para fazer sempre renascer o seu coração!
Um grande abraço!
Com carinho e afeto,

Leonor Cordeiro

 
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